Crise interna escancara divergências entre cúpula do Flamengo e departamento de futebol

A turbulência nos bastidores do Flamengo ficou ainda mais evidente nos últimos dias, expondo divergências entre a alta cúpula do clube e o diretor executivo de futebol, José Boto. A recente desistência da contratação do atacante Mikey Johnston foi apenas a ponta do iceberg de um cenário que envolve disputas internas, críticas da torcida e indefinições estratégicas no mercado da bola.

O recuo na negociação com o jogador do West Bromwich, que custaria cerca de R$ 37 milhões, foi oficialmente atribuído a um parecer do departamento médico. Segundo a avaliação, Mikey teria condições físicas limitadas e não suportaria a carga de jogos típica do futebol brasileiro. No entanto, nos bastidores, é consenso que a forte rejeição da torcida nas redes sociais teve influência direta na decisão.

⚠️ Visões opostas: Boto x Bap

As divergências vão além do episódio Mikey. Internamente, o diretor de futebol José Boto defende que o Flamengo precisa apenas de dois reforços pontuais: um ponta-esquerda e um meia reserva para Arrascaeta. Já o presidente Rodolfo Landim (Bap) enxerga como prioridade a reposição para Gerson, que deixou o clube rumo ao Zenit, da Rússia.

Esse desalinhamento impacta diretamente o andamento de negociações como a de Rodrigo De Paul, do Atlético de Madrid. Apesar de seu nome ter sido ventilado, fontes garantem que não há tratativas concretas, uma vez que Boto não considera a posição como urgente no elenco atual.

🧊 Negociações congeladas e tensão nos bastidores

Fontes de dentro do clube relatam um clima de indefinição, com negociações paralisadas temporariamente até que a direção defina qual linha seguir: a mais conservadora, proposta por Boto, ou a mais agressiva, liderada por Bap.

Um dos negócios que pode ser afetado é a transferência do meia Vitor Hugo para o Famalicão, de Portugal. O acordo envolve a cessão de 50% dos direitos econômicos do jogador e foi articulado diretamente por Boto. No entanto, movimentos contrários dentro do clube podem resultar em um novo recuo, como já ocorreu em outros casos recentes.

💸 Janela de transferências depende de saídas

O Flamengo trabalha com a expectativa de contratar três a quatro reforços na próxima janela. A disponibilidade financeira, porém, está condicionada à possível venda do lateral Wesley, embora a saída de Gerson já tenha garantido pelo menos 10 milhões de euros extras acima da meta orçamentária de 2025.

👥 Pressão sobre Boto cresce no Conselho Diretor

Além dos impasses nas contratações, cresce a insatisfação com a atuação de José Boto entre membros do Conselho Diretor. A crítica mais recorrente aponta para uma suposta falta de habilidade na gestão do elenco e falhas na comunicação interna. Boto, que fez carreira como scout e executivo em clubes europeus de menor expressão, nunca havia assumido um cargo de tamanha responsabilidade como o atual no Flamengo, o que tem levantado dúvidas sobre sua capacidade de liderar o departamento de futebol em um gigante do futebol sul-americano.

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